A boca já não tem mais o gosto de tutti-frutti. Acordou com o pescoço dorido, dormiu de mau jeito. A almofada amassada na cabeceira, a de apoio acidentalmente no chão. A cama está vazia. Marcada e vazia. A cama?...
Os olhos não brilham tanto assim no espelho. O frio na barriga vira uma saudade do que não houve, nunca houve. Olha a parede verde, olha as fotos na parede, se pergunta o que está fazendo ali. Vê a poltrona vermelha e sente algo familiar. Roupas por guardar, roupas para lavar, uma mistura de perfumes em cada uma delas. Lembra.
O relógio apita novamente, redundante. Ela já está de pé. Dormiu? Aperta o off, que horas são. Aonde vai hoje, fará o quê. Almoçará correndo. Fome? Leite, café, pão, sem nada, puro, molhado na caneca vermelha. A cama continua desforrada, a forra como pode, queria ouvir música a essa hora da manhã. Precisa de melodia. Precisa de poesia. As chaves. Sai.
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...
Quantas vezes
Já me perguntaram
Quantas vezes
Já me indagaram
Quem é você…
Como você é…
De onde vem
Pra onde vai…
Quantas perguntas
Quantos julgamentos
Quantos enganos
Quantos…
Tudo é tão simples
Sou assim…
Nasci e cresci
Num lar com muito amor
Com muito calor…
Sou amor, sou paixão…
Sou amiga, sou mulher…
Sou esposa, sou mãe.
Sou carinho, sou ternura…
Sou encanto, sou magia…
Sou o que sempre fui
Seja aqui seja lá
Seja onde for…
Você saberá onde me achar
Você saberá
Quando eu chegar.
Será emoção
Será ternura
Será magia
Será encanto.
Quem sabe…
Um dia você…
Descubra quem sou…
De onde vim
Pra onde vou…
Entre linhas
Entre versos
Entre um antes
Entre um depois…
. O CALADO FICOU A VER ESTR...
. ANALISANDO... a coisa mai...
. O CALADO FICOU A VER ESTR...
. ANALISANDO... a coisa mai...